Sunday, May 18, 2008

Hay días...

Há dias que nos esmagam os sentimentos, a alma, a vontade. Por mais que se tente pôr os motivos para trás das costas, as marcas ficam de tal forma visíveis no nosso rosto que nos chegam a transfigurar. Fiquei com o coração acelerado e o stress fez disparar a minha tensão arterial, já de si muito dada a subir na escala de Richter.

Não ultrapasso ninguém, tampouco desrespeito as pessoas, pelo menos consciente ou gratuitamente. Há vezes em que escrevemos o que o coração nos dita num determinado momento e que pode ser mal interpretado, mas ser-se acusado de outras coisas paralelas que nada têm a ver connosco é no mínimo injusto. E a injustiça tira-me do sério, faz-me chorar, despedaça-me.

Raramente mato pessoas em vida, mas ontem matei uma e nem sequer vou ter necessidade de fazer qualquer luto. Morreu, está morta, acabou. O diabo que a carregue para longe de mim. Para diabo basto eu, por vezes bem severa comigo própria.

Deus manda ser bom, não manda ser burro. A vida é para ser vivida em paz e não da maneira como alguns pensam que têm que induzir os outros a vivê-la.

Sempre precisei de pouco para ser feliz, basta-me a saúde da minha filha e a dos meus familiares e amigos. A minha também, sem a qual não poderei trabalhar. Trabalho, o meu porto seguro que agarro com toda a minha força e capacidades. Paz interior, deitar a cabeça na almofada e dormir like a rock.

Não passo sem o carinho dos que me querem bem e que enchem o meu coração. E sem o mar que me leva para norte e sul, carregando a minha saudade e os meus pedaços de sentir.

Acabei por ter uma noite terrível, daquelas em que os pesadelos nos fazem despertar porque a realidade se mistura com a tormenta, ameaçadora, como um tsunami que nos leva tudo o que conseguimos juntar uma vida inteira. Acordei vazia, sem vontade, sem alma, sem nada.

Os meus colegas tentaram animar-me à mesa do pequeno almoço, mas os meus sentidos nem reagiram. O café, a água e as torradas ficaram lá, igualitas a mim, sem qualquer sabor.

Um email bastou para me colorir e juntar as peças de Lego que durante a noite se desencaixaram umas das outras. Obrigada, maninha querida.



4 comments:

Unknown said...

Também eu tenho uma maninha assim. É como uma borboleta que com o colorido das suas asas pincela a minha alma! E é tão bom!

Anonymous said...

Olá gente linda deste cantinho:-)
Minha amiga entendo perfeitamente,mesmo sem saber o que te deixou assim, mas nada como um dia depois do outro,e o tempo que tudo cura,e uma visitinha ao mar que leva todas as nossas máguas para bem longe e nos faz ver que na sua imensidão tambem ele as vezes se sente pequeno por tamanhas injustiças que vai guardando sem as vezes as conseguir
,ele tambem deitar para fora.
Ánimo amiga, amanhã é outro dia:-)
Um beijo muito grande cá deste lado, todo molhado da chuva que cai sem parar.
Olá Nuno:-) um beijo tambem para ti.

CBugarim said...

Obrigada pelo vosso carinho, Nuno e Amália.
Em vez da praia que tinha planeado, estive a organizar uma série de páginas escritas e fotografias no baú que carrego para todo o lado.
Ainda há pouco recebi a dolorosa notícia que uma colega minha, uma menininha de apenas 19 anos, morreu com paludismo cerebral. Chamava-se Joaninha.:'(
Estou completamente destroçada.

Anonymous said...

Querida amiga,mais uma vez se magoou o teu coração.
Tem força minha linda,e pensa que a vida ás vezes tambem não é só madrasta...tem dias que é mãe.
Um beijo muito grande para ti,e para a tua amiguinha Joana,vai o meu pensamento.
Que tenhas uma boa semana,amiga.