Friday, February 29, 2008

Garcas e flamingos




O nosso mar...






Thursday, February 28, 2008

O deserto do Namibe...




Wednesday, February 27, 2008

Angels - Part I

Anjos são aqueles seres delicados com asinhas e tudo, que supostamente nos protegem e ajudam a não cair em tentação. É também o nome que se dá a quem é tanso ou que porventura ainda acredita que São José é padrasto do menino Jesus. Os chamados mongos, da família dos caça gambozinos.

Diga-se de passagem que a lenga-lenga da minha mãe sobre o Xicucuma, que nos levava dentro do saco se não comêssemos a sopa toda, nunca pegou comigo. Já a minha irma Cristina quase desmaiava só de ouvir o nome do pobre sem-abrigo.

Felizmente que durante a minha infância ninguém teve a ousadia de me mascarar de anjinho. A pele tostada, cara endiabrada, cabelo curto e encaracolado que me caraterizavam, não encaixavam no ar doce, frágil e delambido dos meninos anjos.

As vestes compridas dos mensageiros de Deus foi sempre um pormenor que me complicou com o sistema nervoso. Levantar voo e aterrar com a preocupação de que alguém nos vai ver as cuecas é muito desagradável.

Quando me punha a pensar como seria ser anjo, a minha preferência ia para os diabinhos de cornos, rabo afiado e garfo ameaçador e imaginava como deveria ser excitante ter como função fazer o pessoal cair em tentação.

Sempre fui a campeã das partidas e das experiências audaciosas e nunca me arrependi das inúmeras tropelias que fiz e que de vez em quando ainda pratico.

A minha avó usava sapatos de salto alto, modelo clássico, de bico afiado, que a Celeste (sua amiga de infância) lhe comprava na Sapataria Luis XV em Lisboa e enviava para Angola. Cada vez que à hora da siesta via os sapatos estacionados do lado de fora da porta do quarto dos meus avós, sentia uma vontade irresistível de os kitar. O desejo foi crescendo até que um dia não aguentei mais. Saquei-os em surdina e escondi-me no meu quarto para levar a cabo a operação de transformação. Com uma lâmina de barbear cortei a parte lateral dos sapatinhos (deixando apenas a parte da frente e o suporte do calcanhar). Com adesivo fiz umas riscas nos bocados que restaram e tentei dar um ar mais arrojado aos saltos mas aquela coisa tinha sido feita à prova de diabos e portanto não consegui desalinhá-los nem um milímetro.

Se enterrar os sapatos e os regar todos os dias vao criar bolor, imitando veludo e a avó vai gostar pela certa, pensei eu em voz alta, para me convencer a mim mesma que não podia deixar a tarefa a meio. Meti-os num saco de plástico e fui sepultá-los no canteiro da entrada do jardim.

Foi um pandemónio naquela casa quando a minha avó às 2 menos ¼ saiu do quarto e perguntou a Olímpia pelos sapatos de princesa. Vim logo a correr e apressei-me a esclarecer:

- Pus os sapatos a apanharem ar na varanda da cozinha, caíram lá abaixo e quando os fui apanhar já lá não estavam.

A minha avó que de parva não tinha nada, soltou um hummm prolongado e resolveu deixar o assunto por ali, sabendo de antemão que num piscar de olhos se viria a decifrar o enigma, que tudo indicava ter a chancela Isaura Maria.

Ao fim de uns dias, fui apanhada com a boca na botija quando fazia o levantamento das ossadas para verificar o estado de desenvolvimento do veludo. Aqueceram-me bem as bochechas, sem me terem dado tempo para explicar o look arrojado que tinha tentado dar a uns tristes “penalties” clássicos.

Vinguei-me nas galinhas, ahhh se vinguei. Passavam a vida a fazer cócó e ainda que a capoeira fosse lavada duas vezes por dia, o pivete era terrivel, o que dificultava a minha concentraçao no jogo de berlindes e nas experiências com o meu kart feito de tábuas de selha e rolamentos velhos da oficina do Bairro da Peça.

A Micas era a vizinha do r/c, uma indiana mal humorada, feia e gorda que nos enfrenesiava o juízo o dia inteiro e ameaçava constantemente a Olímpia que ia chamar os cipaios para lhe baterem. A típica mulher mal coberta que se vingava em todo o ser vivo que mexesse.

As galinhas serviriam para mostrar a Micas com quantos paus se faz uma canoa!!!

Sunday, February 24, 2008

O resto do dia...



... vou passar na praia a giboiar, com o hardware desligado, olhando para norte ate conseguir la chegar e matar as saudades que tenho do meu passarinho.
E vou acabar um prosa, sobre anjos e diabinhos.

Postado ao som de Vuelvo al sur dos Gotan Project

As minhas igrejas preferidas

A Igreja da Nossa Senhora da Arrabida, onde os meus pais casaram no dia 15 de Maio de 1954.

A Igreja da Nossa Senhora do Populo, em Benguela, onde fui batizada pelo Padre Galhano, no dia em que fiz 2 anos.


A Igreja Matriz de Cascais que fica no largo oposto a este (nao possuo foto), onde passo uns minutinhos cada vez que regresso a minha segunda terra.


Postado ao som de Emma Shapllin

E a Restinga vista do ar e do outro lado???

Estas fotos foram recolhidas no Mazungue, Fio Amig@s de Ontem, Hoje e Amanha.Obrigada a Dete e a Fatima. Um beijinho para elas.

Para mim, o Lobito e a cidade mais bonita do mundo. Antes de Cascais, Barcelona, Lisboa e Nova York. E nem sequer admito discussao, porque esta e uma opiniao pessoal, uma lista muito minha e prontos!!!

Minha terra vermelha e verde...





Postado ao som de A Groovy Kind of Love de Sony & Cher (a minha versao favorita)

Thursday, February 21, 2008

Memories...


São tantas as recordações que tenho daquele local.

Andava sempre acelerada, mas mal atirava a bicicleta contra a parede e subia os dois degraus da entrada do velho Café Colonial, inspirava o fumo do tabaco que pairava no ar e os meus bichos carpinteiros desmaiavam.

Associava o verde do pano da imponente mesa de bilhar aos campos cheios de capim e de mato por onde adorava correr e saltar durante as férias grandes na cidade de Sá-da-Bandeira, na casa do meu primo Quim. A luz do candeeiro de dois abat-jours, rematados a berloques de croché, que pendia de uma das traves de carvalho existentes no tecto, desenhava sombras agressivas no soalho sempre bem lustrado e com um cheiro que ainda hoje seria capaz de reconhecer. Não me lembro de ter visto alguma vez papéis, cascas de ginguba ou pontas de cigarro no chão.

O Senhor Lopes, um dos donos do café mal me via ao balcão, trazia-me um copo de leite com Energetic e um papo seco com manteiga, o meu lanche preferido. Não me lembro quanto pagava, mas sei que dos 2$50 que o meu avô me dava diariamente, ainda comprava 2 Bazoocas. Às sextas-feiras tinha direito a uma moeda de 5$00, o que me proporcionava comprar também um rájá. A merenda (fatia de gelado entre duas bolachas) custava a módica quantia de 5 paus.

Na parede por trás do balcão, lá estavam os emblemas dos 2 grandes clubes portugueses de futebol. Por baixo, algumas taças e salvas de prata emolduravam as garrafas e copos, religiosamente alinhados nas prateleiras que tinham o mesmo formato do tampo do balcão. Cautelas de lotaria da Casa da Sorte, presas com molas da roupa, debroavam a última prateleira e esvoaçavam ao ritmo das pás da enorme ventoinha suspensa sobre o balcão.

O rádio com caixa de madeira art deco da marca Philco, estava centrado no aparador por baixo das prateleiras.

Os Francesinhos eram definitivamente os cigarros preferidos dos frequentadores do Colonial. Treinava cálculos de dividir e multiplicar enquanto lanchava ao balcão, movimentando o banco giratório a um ritmo intimidante para quem se tentava meter entre o meu e os dos lados.

O café tinha um odor agradável e viciante e talvez por isso ainda hoje o conserve como meu companheiro de todas as horas.

Do lado esquerdo do balcão, 3 enormes frascos de vidro transparente cheiinhos de sambapitos multicoloridos e outras guloseimas, faziam a alegria e aguçavam a gula dos petizes do colégio.

Costumava escutar conversas interessantes, sobre os mais variados temas. Para algumas tinha que afinar bem o ouvido porque eram feitas em surdina e com cotoveladas aos que não prestavam atenção à entrada de certos indivíduos. Havia também alguns maldizentes e o assunto, invariavelmente era saias e cornos. Lembro-me de uma vez um tal de Pires lamentar que a Adelaide, funcionária da Repartição de Fazenda e sua colega tinha levado um aumento maior que o dele, só porque tinha mamas Shocked .

Havia dois poetas que desgarravam sem parar. Um dia desafiaram-me para entrar na competição e aprendi a rimar...

O Afonso, a quem eu chamava Ganso porque movimentava o pescoço de uma maneira peculiar, era o engraxador de serviço no Colonial. Passava a vida a pregar petas a toda a gente.
- Aca minina Isaura, ontem as miútas quando mi viram com u minha capéu i us minhas capatos novos qui fazem cuém cuém si atiraram nu chão i gritaram aiiiiiii Ganso quirido!!!
- Afonso, não sejas mentiroso, porque a única pessoa que sabe que tu és ganso sou eu Big Grin Big Grin Big Grin !!!

No alpendre ao fundo do café, sob uma frondosa buganvília e alguns vasos suspensos com fetos que nos açoitavam as bochechas, estavam as "nossas" mesas de matraquilhos à volta das quais o grupo se juntava para jogar algumas partidas, sempre muito animadas. Chupavamos freneticamente bocadinhos de mukua ou de tambarino o que nos transfigurava os rostos, devido à forte acidez do sabor. Nunca ficavamos mais de uma hora, porque religiosamente às 5 horas, o Sr. Lopes ruava-nos.


.....

Pois é, no velho Café Colonial comecei a saber decifrar os estados d'alma das pessoas, por entre o estalar dos tacos nas bolas, os desenfreados matraquilhos, os assobios cantados do pai do meu melhor amigo e os bikeiros do Carlos, quando ficava com ciúmes do meu olhar noutra direcção que não fosse a dele.



Postado ao som de Meu Primeiro Beijo

Nao me digam nada!!!

Tenho bom acordar, em pelo menos 90% dos dias em que acordo (porque às vezes ando zombi o dia inteiro).
Outras, acordo de mal comigo - não com os outros ou com o mundo. Não por ser boazinha, nada disso, mas porque há dias que não tenho a mínima pachorra para me aturar.

Acontece sobretudo quando me olho ao espelho. Novas rugas que descubro na testa ou no lábio superior (os pés de galinha já nem os conto), cabelos brancos grossos pra caramba que teimam em manchar a minha cabeleira loura Wink Tongue , um naco de celulite que vem ondular ainda mais a minha coxa esquerda (vá-se lá saber porque é que os chocolates e as coca-colas gostam de se aninhar apenas ali), uma tristeza....

Depois, como já estou fula não consigo executar tarefas fáceis, como pôr as lentes de contacto ou apanhar o cabelo num repolhudo rabo de cavalo. O brinco também teima em não fechar à primeira e quase arranco o lóbulo do orelhómetro. Deixo cair as coisas das mãos, tropeço, esqueço-me da chave. Enfim, um desastre pegado... E entre dentes vou resmungando comigo própria e repetindo baixinho, "vou-te chapar!!!" Crying

De manhã, sou burra que nem um calhau, ah poix sou Frown . Chiça penico, chapéu de côco, o raciocínio apaga-se completamente durante a noite!!!
Mas como não há mal que sempre dure, a seguir a um bom café e uma lufada de nicotina, o vigor e o QI are back to normal Wink .

Outra coisa que me pôe virada do avesso é a injustiça. Até chispo, mas depois como sou fraca fujo e vou chorar num lugar em que ninguém veja. E vos garanto que não são lágrimas de crocodilo, por vezes até soluço Mad .

Quando ao fim do dia estou com a cabeça à razão de juros, por situações de solução mais drástica que vou ter que resolver, opto por dar uma volta ao bilhar grande ou lavar a cabeça com água fria. Comer um Cadbury de passas e menta inteirinho também me alivia os neurónios.

Quando tenho razão, sou teimosa que nem um corno e se não consigo desopilar, fónix Evil ... que ninguém me diga nada!!!

Quando me encostam à parede, catrilho!!! Até fico com comichões!!!!

À gajada que emprenha pelos ouvidos, apetece-me aquecer-lhes as bochechas.

Àqueles com a mania que têm o rei na barriga e só o que pensam é que está certo, normalmente mando-os apanhar onde levam as galinhas. Sem vaselina, para doer bué Evil

Fico piursa, quando os mongos dos meus colegas, logo pela manhã e sem motivo aparente, estão sentados à volta da mesa de reuniões com cara de peido Mad

E às invejosas e invejosos??? Pano encharcado nas trombas, logo!!!! Poupem-me, por favor Frown .

Sou boa a rogar pragas, mas às vezes arrependo-me.

A minha filha tira-me do sério, cada vez que perde o telemóvel. E quando não o atende também Evil .

Passo-me, quando o meu pai ainda hoje me chama Isaura Maria Wink

Encanita-se-me o nervo Mad quando fico à seca, sobretudo se a hora foi combinada por quem me deixa plantada.



Pensamentos do dia

As calorias são pequenos animais que moram nos roupeiros e que durante a noite apertam a roupa das pessoas.

Casamento é um relacionamento a dois, no qual uma das pessoas está sempre certa e a outra é o marido.

O excesso de sexo provoca amnésia e outras merdas que agora não me lembro.

Os "cornos" não existem! Isso são merdas que te colocaram na cabeça. Ok?

Não procures o príncipe encantado. Procura, antes, o lobo mau: ouve-te melhor; vê-te melhor e ainda te come.

Chocolate não engorda, quem engorda é você!!


Acho piada a alguns destes pensamentos, que dispoem bem, nos fazem soltar umas gargalhadas e esquecer dissabores que nao param de nos acontecer na puta da vida.
Hoje tive terriveis pesadelos, um horror de noite. Cortei-lhe as garras eram 03:00am, tomei um duche frio e fui matabichar. Vingar-me-ei numa reparadora siesta, daquelas que nos limpam completamente os miolos e nos alisam o nervo.

Postado ao som de Joaquin Sabina

Bom dia, meu anjo!!!


Apenas para te dizer aquilo que estas marreca de saber, es a flor do meu coracao.

Piensa en mi

Wednesday, February 20, 2008

Duas janelas...


Dois paises, o mesmo oceano, saudades inversas.
Um abraco do Malongo ate Caxias,

Tuesday, February 19, 2008

PROVINCIA DA HUILA




Desconheco o autor da foto da Serra da Leba

Aqui estao as minhas origens.

Humpata
é uma vila e município da província da HUILA. Tem cerca de 31 mil habitantes. É limitado a Norte pelo município do Lubango, a Este pelo da Chibia, a Sul pelo de Virei e a Oeste pelo de Bibala. É constituído apenas pela comuna da Humpata. Foi uma das primeiras zonas de colonização portuguesa e boer nesta zona do interior de Angola, sendo o antigo concelho criado em 1883.
In Wikipedia





Eles ali estao iluminando quem chega...



Fotos 1 e 3 do meu amigo Fontoura
A Foto 2 foi-me enviada por email e desconheco o autor. Obrigada aos dois.

O farol no alto dos morros e o da Ponta da Restinga.