Thursday, May 8, 2008

O que o vento me sussurrou...


Não conseguia dormir à noite
e pus-me a escutar o vento

que diante da minha janela
contava mágicas lendas do mar

Contou-me sobre uma sereia
que embriagada pelo desgosto
saíu do mar em busca de alguém
que sem receios a pudesse amar.

Contou-me também a estória
daquele pobre pescador
que cansado de redes vazias

se tornou pirata benfeitor

Contou-me a brisa então
da persistência do poeta
que todas a noites sem falhar
pára também para a escutar

Disse-me que ao contrário de mim
o poeta está longe do mar
mas que a sua pele sabe a sal
como cheira a minha a ondas

Por onde andará esse poeta?
Será que alguém o pode encontrar?
Se souberem do seu paradeiro

não deixem de me contar

5 comments:

asperezas said...

na companhia de outros tantos
está no parque dos poetas
Todos eles rimam prantos
porque nunca foram férteis

Unknown said...

Poetas que rimam prantos...
só por isso já são férteis!
E não serás tu poeta?

asperezas said...

Até quando sonho
projecto para a acção
construo, faço, formo.
Não. Poeta não.

Anonymous said...

No fim tu hás-de vêr que as coisas mais leves são as unicas que o vento não conseguiu levar:
Um estribilho antigo
Um carinho no momento preciso
O folhear de um livro de poemas
O cheiro que tinha um dia o próprio vento.

Mário Quintanilha

CBugarim said...

Olá meu amigos,
Poeta é um artesão, apenas.
Um beijinho, Asperezas, Nuno e Amália. Voltem sempre.